A trajetória da Pinacoteca do Estado de São Paulo ajuda a entender melhor a própria essência dos paulistas.

Projeto Prédio Liceu

A Pina – intimidade carinhosa de quem está acostumado a percorrer seus corredores - é o Museu de arte mais antigo da cidade de São Paulo e, certamente, um dos mais emblemáticos e importantes. Motivos para isso não faltam. Seus mais de 7,4 mil metros quadrados ocupam o edifício inicialmente concebido para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios, no Jardim da Luz, centro da cidade, resultado do traço e da criatividade do engenheiro e arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo.

Seu estilo neoclássico é inconfundível, assim como são também suas grandes pilastras e janelas, além das paredes de tijolos sem revestimento, talvez uma de suas principais marcas. Quando foi fundada, em 1905, a Pina abrigava apenas 26 obras transferidas pelo Museu Paulista da Universidade de São Paulo, algo bem diferente do atual acervo, que reúne mais de 11 mil peças de arte brasileira – com expoentes da pintura dos séculos XIX e XX, a exemplo de Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Anita Malfatti e Pedro Alexandrino, entre outros – além de exposições temporárias de artistas nacionais e estrangeiros.

Entre 1995 e 2002 o espaço foi totalmente reformado, uma intervenção ampla mas cuidadosa, que agregou diferenciais contemporâneos e de acessibilidade, sem deixar de valorizar características que são a própria alma do lugar. É dessa época, aliás, a história de parceria entre a Pinacoteca e o Bradesco. Ano após ano, desde 2002, o apoio do Banco vem ajudando a viabilizar uma série de eventos, desde atividades educacionais a acontecimentos que fizeram parte da agenda cultural do País, como a “Retrospectiva de Henri Moore no Brasil (2005)”, “Matisse – O ano da França no Brasil (2009)”, a “Exposição de Ron Mueck (2014)” e a “Exposição Emiliano di Cavacanti, 120 anos (2017/2018)”.

No calendário desses quase 20 anos de parceria, outra boa referência é a “Exposição Os Gêmeos”, prevista para estrear ainda em 2020. Afinal, se a cultura é uma forma de construir os valores de um povo, melhor que ela seja como a gente: miscigenada, diversa e inclusiva.